Outono

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14 de mar. de 2013

Últimas do inverno - desatolando o carro

Continuando a série sobre os assuntos ainda não comentados do inverno, agora vou apresentar um verdadeiro problema da neve, que deixa o povo aqui P da vida. É desatolar o carro da neve de manhã antes de sair pro trabalho (além de limpar a calçada, como eu já comentei). Vou contar aqui o caso extremo, mais pior de ruim que aconteceu nesse inverno e foi só um dia. Mas como eu sei que é a desgraça que dá IBOPE, é desse dia mesmo que eu vou contar. Mas sem drama, vou só relatar o que aconteceu mesmo.

Numa noite de domingo começa a nevar. Vamos dormir inocentemente achando tudo lindo! De manhã eu acordo a Marina pra ir pra escola e ofereço de levar ela até o trem, porque tava frio, tadinha. Como sempre tomamos café, fizemos xixi, escovamos os dentes, saímos e nos deparamos com algo como isso...



AAAAHHHHHHH, que coisa! Calma, é só neve, sai num instante, é só passar a vassourinha, que está no carro. Mas pra isso temos que abrir o carro. Está -2 graus e você tem que achar a fechadura. Você saiu de casa sem luvas porque vai de carro, quentinho. Então a primeira neve, a da fechadura, você tira com a mão mesmo e ela já começa a latejar. Aí você acha a fechadura e tenta colocar a chave dentro. Não rola, a fechadura congelou e a chave não entra. Aí você olha em volta e vê os vizinhos (que geralmente saem mais cedo que você) tentando quebrar o gelo em volta do carro deles. Você tira a neve de um pedaço do para-brisa e vê que por baixo da neve fofa tem gelo. Que que é isso! Como a chave não entra na fechadura de jeito nenhum peço pra Marina ir correndo buscar a chave do outro carro (que por sorte estava emprestado do meu pai). E claro que esqueço de pedir pra ela trazer uma luva pra eu continuar o processo. São 3 vizinhos e seus carros e eu e a Marina na rua, todos xingando e confraternizando. Beleza, a chave desse carro entrou na fechadura e abriu. Mas a porta não abre... Força, força, crac, a porta abriu e tem uma camada de gelo mesmo, não neve, em volta da porta. Nessas a Marina já está perdendo o trem e pra ir a pé não da tempo mesmo... OK, vamos continuar, cadê o raio da vassourinha? Puts, não está dentro do carro, só pode estar no porta-malas. Toca ir lá atrás, tirar a neve com a mão que eu já não sinto mais até achar o treco de abrir o porta-malas. Puxa, puxa, força, não abre. O gelo formou uma capa em volta do carro. Depois eu fui saber que de noite choveu e nevou com -2 graus. É um fenômeno meio raro, pois geralmente a chuva vira neve a essa temperatura. Mas nesse dia não. A chuva choveu mesmo e assim que caía nos carros congelava, então os carros estavam todos realmente blindados por gelo. E o porta-malas não abriu. Pedi pra Marina acessar o porta-malas por dentro do carro, do banco de trás, e ela achou. Começo a tirar a neve dos vidros, do limpador de para-brisa, e a mão a essas alturas já era. Meus dedos não me obedecem mais. E então vem a triste constatação, o carro está mesmo envolto em gelo, não dá pra dirigir assim. Tento jogar água no para-brisa. Calma, não sou tonta, claro que eu sei que em condições normais isso só ia piorar tudo, mas a água do limpador de para-brisa aqui tem um produto descongelante, que em dias de pouco gelo resolve. Mas não nesse dia. Não fez nem cosquinha. Então eu tive que começar a quebrar o gelo com a espátula que acompanha a vassourinha. Minha prima disse que nesse dia ela até quebrou a espátula dela por causa de tanto gelo. E gente, isso às 7 e meia da manhã, com o dia escuro como noite (afe?). Mas a minha espátula resistiu e foi devagarzinho descascando o gelo do para-brisa.

Aí apareceu o Marcelo. Gente, eu esqueci de comunicar meu marido da situação de sofrimento! E eu e ele tínhamos que sair às 8! Juntos tivemos a brilhante ideia de buscar água quente e jogar nos vidros. Caramba, que vizinhos bobos, como é que nunca pensaram nisso antes? E começamos a jogar água quente nos vidros, a Marina ajudando, e rapidinho o gelo se foi. Somos gênios ou não?

NÃO! Depois conversando com a minha prima ela me explicou que isso é super perigoso, que se o vidro tiver qualquer rachadinho, lascadinha, e quebra por causa do choque de temperatura. Por isso que alemão não faz isso. Uia! Ah, bom, por isso, né!

Eu sei que nesse dia acabamos levando a Marina pra escola, ela chegou atrasada, mas quase todo mundo chegou atrasado. Os trens atrasaram, muitos nem funcionaram, e virou tudo um caos.

E depois dessa a gente aprendeu a importância de olhar bem a previsão do tempo pra acordar mais cedo se tiver previsão de neve. E se um dia acontecer esse fenômeno do carro ficar dentro de um cubo de gelo de novo, já sabemos que o negócio é entrar em casa de novo, tomar mais um café quentinho, colocar luvas, e nada de jogar água quente nos vidros do carro!

3 comentários:

Eliane Felisbino disse...

Oi amiga,
que aventura!
Agora parece que vc está na Alemanha, mesmo.
Quanta neve! Ah...tenho acompanhado todos os posts, mas meio sem tempo de escrever. Que bom, vc está sendo mais assídua...rs.
Bjs, por aqui, em Curitiba, continua as quatro estações em um dia.

Renata Scholtz disse...

Af !!! Esse ano parece que o inverno resolveu dar boas vindas MEEEESMO para vocês, novos habitantes da terrinha !
rsrs..
Aqui já está querendo virar outono, chuvinha fina e friozinho.
bjs

Silvia disse...

Ai Dani... desgraça pouca é bobagem... pelo menos vcs não estouraram o para-brisa do carro do seu pai dando uma de espertos! veja por esse lado bom!